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Artigo 2009: Efeito da temperatura da água nas respostas cardiovasculares durante a caminhada aquática


Revista Brasileira de Medicina do Esporte

versão impressa ISSN 1517-8692

Rev Bras Med Esporte vol.15 no.6 Niterói nov./dez. 2009

doi: 10.1590/S1517-86922009000700002 

ARTIGO ORIGINAL
CLÍNICA MÉDICA NO EXERCÍCIO E NO ESPORTE


Efeito da temperatura da água nas respostas cardiovasculares durante a caminhada aquática

Effect of water temperature in cardiovascular responses during aquatic walking


Angélica Cristiane OvandoI, II; Heloisa Meinke EickhoffI; Jonathan Ache DiasII; Eliane Roseli WinkelmannI
IUniversidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí – Departamento de Ciências da Saúde. Curso de Fisioterapia. Ijuí, Rio Grande do Sul (RS), Brasil
IIUniversidade do Estado de Santa Catarina – Udesc - Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – Cefid – Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano. Florianópolis, Santa Catarina (SC), Brasil




RESUMO
O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da temperatura da água nas respostas cardiovasculares: frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD), durante a caminhada aquática em três temperaturas (29°C, 33°C e 37°C). Participaram do estudo 10 homens, com média de idade de 23,2 ± 2,25 anos, massa corporal de 78,4 ± 4,01kg e estatura de 1,774 ± 0,017m. Os participantes realizaram caminhadas aquáticas durante 30 min, a uma cadência controlada de 55 passos/minuto, na altura do processo xifoide, em dias diferentes para cada temperatura, sendo as respostas cardiovasculares monitoradas nos minutos 5, 10, 20 e 30. Apesar do efeito principal de 75,4% (p < 0,001) da temperatura da água sobre a variação da FC, também foi identificado um efeito do tempo de exercício de 91,8% (p = 0,001). A FC aumentou gradativamente no decorrer da caminhada, especialmente na temperatura de 37°C (71,3 ± 8,4 para 114,6 ± 4,4); ao final da caminhada foi maior que os 29°C (p < 0,01) e 33°C (p < 0,05); estas últimas não apresentaram diferença entre si. A temperatura parece ter tido pouco efeito sobre a PAS, visto que apenas nos minutos 20 e 30 foi maior aos 33°C comparada com a de 29°C (p < 0,05). A PAD sofreu efeito da temperatura, diminuindo gradativamente no decorrer da caminhada, especialmente na temperatura de 37°C (70,0 ± 5,0 para 40,0 ± 2,5); apresentou diferença significativa em relação às temperaturas de 29°C e 33°C (p < 0,05), as quais não mostraram diferença entre si. Considerando o efeito da temperatura da água sobre a FC e a PAD durante a caminhada aquática, sugere-se que, quando piscinas terapêuticas forem utilizadas para realização de caminhada na água, a escolha da temperatura da água seja considerada, recomendando-se valores entre 29°C e 33°C para menor estresse cardiovascular.
Palavras-chave: imersão, exercício, frequência cardíaca, pressão arterial.


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